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FAZENDA SANTA ISABEL

Jaguariúna, SP

Texto Isabel Duprat

Uma bela casa de fazenda projetada por Claudio Bernardes se impunha solenemente no terreno, mas faltava alguma coisa que não entendia bem o quê. Não estava assentada no chão. O terreno descia meio sem forma em direção ao plano da piscina. Para receber a casa com 8,60 m de altura da cumieira e com 30 m de comprimento desenhei um grande platô de 20 m de largura, com dois degraus patamares, assentando a casa no terreno. Este plano era o que faltava para a casa se sentir confortável no lugar.

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O pátio de chegada à casa recebeu um sóbrio jambo, que se diverte e relaxa quando suas flores rosa-púrpura atapetam o chão de pedra. O pátio se repete na área da cozinha com um grande jardim de ervas.

A região de Jaguariúna, no interior de São Paulo, é pontuada de pedra ferro, um basalto que é a gênese da terra de cor tão linda que dá vontade de comer, a tão fértil terra roxa. Usei essa pedra nos degraus, muros e muretas da casa. Quando pequena, no sítio da nossa família, perto dali, tinha as roupas sempre enferrujadas desta terra, que me impregnava daquela sensação inesquecível de liberdade. É uma região na qual me sentia muito confortável para trabalhar, já que desde a infância eu lá vivia. É um lugar muito quente no verão, com fortes chuvas, e noites mais frias no inverno, muito seco.

A fazenda já tinha uma arborização que acompanhava os acessos de chegada e os piquetes do antigo haras, o que conferia um tempo maduro a toda a vegetação que fui acrescentando nas áreas junto às novas construções. Usei muitas árvores e flores que deixassem a primavera e o verão alternarem o seu show de cores e que fizessem de cada floração um evento esperado. Os ipês trazem o amarelo e a paineira o vermelho em setembro, enquanto os flamboyants cor de coral florescem em dezembro. 

Para treino de golfe, desenhei 3 buracos nas áreas de antigos piquetes, incluindo pequenos lagos serpenteando e incorporando ao terreno sinuoso as poucas árvores já existentes neste local. Grandes canteiros monocromáticos de agapantos azuis, como extensão da água, crínuns brancos e camarões amarelos e vermelhos, desenham as curvas. 

Junto à casa, um grupo de palmeiras areca de locuba dá volume às palmeiras imperiais, ao seu lado de bougainvílleas cor de fogo para arder no inverno seco, alamandas amarelas para o ano inteiro e gardênias perfumadas para a primavera. 

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Projeto e execução 1999 - 2003

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