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Atuando como arquiteta paisagista há 42 anos, o desejo de me manifestar através de um site partiu de um propósito muito claro.  

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Na minha profissão foi determinante forjar um caminho de descobertas com erros e acertos, passagens alegres, frutíferas e gratificantes e, sobretudo, repletas de aprendizado, sempre com a certeza de muito ainda a ser desvendado e, sim, sempre com muita coragem.  

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Neste espaço, quero resgatar este percurso e compartilhar os processos, meus pensamentos sobre o fazer jardins, o amadurecimento dos projetos que fiz, os novos e os antigos, as expectativas e os resultados, tornando visível a minha percepção e respeito pela natureza, a compreensão do espaço externo e a efetiva e fundamental contribuição do paisagista para promover o valor e a integração do entorno do projeto de arquitetura com a paisagem natural.

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Quero exaltar a aventura de exercer a liberdade de criar que é primordial à arte de fazer jardins, trazendo a natureza e a magia do seu tempo para o nosso cotidiano. É um caminho para vivermos em lugares melhores e, assim, nos transformarmos em pessoas melhores. 

 

Primavera de 2020
 

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Nasci na cidade de São Paulo, em 1954, e aqui tenho vivido até hoje, com um intervalo de três anos na minha infância, quando meu pai quis, àquela época, experimentar a vida no pacato interior do estado. O campo, no entanto, desde sempre fez parte da nossa vida de seis irmãos.

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A intimidade e o prazer de semear, plantar e ver crescer, sobretudo árvores, foi cultivada e estimulada pela minha mãe. Desejei ser botânica na infância e, na adolescência, a curiosidade e o gosto pela arquitetura fizeram do paisagismo um caminho natural, sem as crises e incertezas de qual carreira seguir. Em 1978, formei-me na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, com muito ainda a descobrir. Minha formação foi privilegiada: um estágio com Roberto Burle Marx, convivendo e usufruindo do seu vigoroso saber, e com expedições em busca de novas espécies vegetais promovidas pela botânica Nanuza de Menezes e seu grupo de pesquisa da USP, duas pessoas muito especiais e fundamentais no meu percurso. Na passagem por seis anos no Departamento de Parques e Áreas Verdes da Cidade de São Paulo, sonhando com os belos jardins que vim a conhecer, criei uma aula de história dos jardins na escola de jardinagem do Parque Ibirapuera, participei da criação de um curso municipal de jardineiros para preparação de mão de obra especializada, tão fundamental e, infelizmente, extinto, e junto ao time de arquitetos, participei de projetos de inúmeras praças e parques para a cidade. Foram bons momentos no trabalho público, que hoje já não vislumbramos mais.

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Em 1983, criei meu escritório de projetos e execuções de jardins e uma loja de plantas, numa adorável chácara, num bairro central da cidade, que me foi passada pelo Sr. Fernando Silva, um jardineiro português de enorme conhecimento, com quem aprendi muito sobre plantas e como, humildemente, sempre temos o que aprender com elas. Neste lugar, por 25 anos, diverti-me vendendo plantas em vasos e fazendo lindos arranjos de flores num pequeno galpão colorido e perfumado.

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A loja e a chácara desapareceram com a volúpia da cidade, deixando meu escritório amadurecido, que se mudou para outro lugar, e uma vivência inestimável de todo o processo que envolve o meu trabalho, até hoje.

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Em 2002 meu marido Manoel Dubeux Leão, músico e engenheiro agrícola, juntou-se a mim trazendo até hoje uma grande contribuição na coordenação dos trabalhos de execução de jardins que projetamos.

 

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